sexta-feira, 18 de junho de 2010

Guarani é oficializado como segunda língua em município do MS





O guarani é a segunda língua oficial do município de Tacuru, no sul do Mato Grosso do Sul, próximo ao Paraguai, onde a maioria dos 3.245 indígenas não é bilíngue, falando somente o Guarani, o que dificulta o acesso aos serviços públicos mais essenciais. Tacuru é o segundo município do país a adotar um idioma indígena como língua oficial – o primeiro foi São Gabriel da Cachoeira, no extremo norte do Amazonas. Com a nova lei, os serviços públicos básicos na área de saúde e as campanhas de prevenção de doenças neste município devem, a partir de agora, prestar informações em guarani e em português, e estabelece, também, que nenhuma pessoa poderá ser discriminada em razão da língua oficial falada, devendo ser respeitadas e valorizadas as variedades da língua guarani, como o kaiowá, o ñandeva e o mbya.
PublishNews - 18/06/2010 - Redação

quarta-feira, 2 de junho de 2010

BIBLIOTECA,SIM. MAS EM DEZ ANOS?

É estranhíssimo que num país do tamanho e das justas pretensões do nosso seja necessária uma lei que obrigue escolas a ter uma biblioteca. Apenas 34,8% das nossas escolas de ensino fundamental a têm. O Censo Escolar de 2009 registra que quase 100 mil escolas estavam desprovidas de biblioteca, imprescindível no ensino que se pretenda sério. A lei sancionada pelo presidente da República, há alguns dias, que determina a instalação de bibliotecas em todas as instituições de ensino público e particular do País é, por isso mesmo, dessas medidas que arrancam aplausos já antes da primeira piscada de olho. Mas antes da segunda piscada já surgem as dúvidas. A própria lei dá um prazo de dez anos para sua execução, o que a torna uma lei de intenções suspeitas, mais para a marola de ocasião do que para efetivas consequências. É tempo excessivo, que permitirá, aos legalmente responsáveis pela implementação da medida, empurrá-la com a barriga, como se diz, sempre podendo pretextar outras prioridades, como é costume entre nós.
O Estado de S. Paulo - 29/05/2010 - Por José de Souza Martins*
(*Professor emérito da Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas da USP.)