domingo, 24 de agosto de 2008

Com 23 votos,Luiz Paulo Horta é o novo imortal da ABL


O jornalista e crítico musical Luiz Paulo Horta, 65, foi eleito nesta quinta-feira para a cadeira de número 23 da ABL (Academia Brasileira de Letras). O novo imortal recebeu 23 votos, de um total de 39, derrotando 18 candidatos que concorriam à vaga aberta desde a morte de Zélia Gattai, em maio. A escolha ocorreu apenas no terceiro escrutínio, já sem a presença dos concorrentes que tinham obtido menos de dez votos nas rodadas anteriores. Horta, que vinha liderando a contagem desde a primeira votação, conquistou então a maioria necessária. Recebeu o apoio de 23 acadêmicos, contra 11 de Ziraldo. Houve três votos nulos, um branco e uma abstenção. Isso é algo que só acontece uma vez na vida. Estou muito feliz com a oportunidade extraordinária de participar da vida de uma instituição como a Academia, comemorou o crítico. Por ser o ano do centenário da morte de Machado de Assis, e por essa cadeira ter pertencido a ele, me sinto também esmagado pela responsabilidade, disse.

Folha de São Paulo - 22/08/2008

domingo, 3 de agosto de 2008

ÓTICA DE UMA LEITORA




Nossos sonhos se refugiam nos livros para não morrermos de frio, de tédio e de frustrações


Sem uma linguagem castiça, o texto se preconiza


Perante o vernáculo sem jaça, a imitação e a cópia se esvaem


As imagens e os usos da língua – em especial a modalidade literária – não sobrevivem maniatadas


As condições para sua gênese é o livre arbítrio


Assim, o frio, o tédio e as frustrações se ocultam no breu do azedume


E o leitor insubordina-se e espalha-se pelo universo grandiloqüente da imaginação.


DENISE DIAS DE CARVALHO SOUSA

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

CAPITU EXPLICADA


Capitu (Cosac Naify, 200 pp., R$ 34), de Paulo Emílio Sales Gomes e Lygia Fagundes Telles, se vale do recurso de flashbacks para recriar, pela linguagem plástica das imagens, os motivos que levaram a adolescente Capitu a conceber um plano de casar-se por interesse e as razões de sua possível infidelidade. Terceiro volume da coleção Paulo Emílio Sales Gomes, iniciada pela Cosac Naify em 2007, Capitu é um belo roteiro para cinema que reconta um dos maiores clássicos da literatura brasileira: Dom Casmurro, de Machado de Assis. A edição inclui posfácio de Lygia Fagundes Telles, que relembra as circunstâncias em que foi redigida sua primeira e única parceria com Paulo Emílio, sob a ditadura militar, além de apêndice, escrito especialmente para a edição por Augusto Massi, que reúne um conjunto de anotações de Paulo Emílio para dois cursos de pós-graduação na USP, permitindo ao leitor entrever, na visão do crítico, os esquemas para a compreensão de Machado de Assis.
Publishnews - 01/08/2008

NOVO 'HOUAISS' ADIANTA REFORMA ORTOGRÁFICA



Ideia? Cinquenta? Alguem? As grafias não estão erradas. Pelo menos não de acordo com a reforma ortográfica da língua portuguesa, que passa a vigorar em janeiro de 2009. Os leitores terão uma noção mais clara do que muda com a nova edição do Minidicionário Houaiss da Língua Portuguesa (Objetiva, 976 pp., R$ 34), de Antônio Houaiss e Mauro de Salles Villar, o primeiro dicionário brasileiro a contemplar integralmente a nova lexicografia. Os portugueses, que passarão por uma reforma mais ampla do que os brasileiros, tiveram primeiro um dicionário atualizado, o Novo Dicionário da Língua Portuguesa (Texto Editores). Mauro Villar, diretor do Instituto Houaiss e co-autor da nova edição ao lado do próprio Antônio Houaiss (lingüista morto em 1999 e um dos idealizadores da reforma), ressalta a importância de o dicionário ser lançado antes mesmo de a mudança entrar em vigor. "A partir do ano que vem, os livros didáticos já passam a conter as mudanças, e tanto as pessoas que preparam esses livros quanto os alunos que vão utilizá-los terão dúvidas sobre elas. Os dicionários têm que estar prontos para resolvê-las".
Folha de São Paulo - 01/08/2008 - por Jonas Lopes