PALAVRA DE POETA

Palavra de poeta
Seduz, induz
Inspira, transpira
Renova, inova
Acalma, desestabiliza
De noite
De dia
Ou até de madrugada
As palavras vão surgindo
Vão fluindo
Vão ficando
Como é magnífico
Como é espetacular
O ofício de poeta
Que sempre está a nos embalar...

RETRATO DA MINHA IMAGEM

No silêncio do escuro
Absorvo a minha imagem
Atropelo meus pensamentos
Envolvo-me com a situação
A sensação de incerteza me invade
A opacidade do ambiente me apavora
O equilíbrio se esvai
Não consigo me reencontrar
O relógio bate
Meu coração estremece
O ambiente continua turvo, vil, inóspito...
Um grito ecoa no meu interior
Por que não me aquieto?
Medo?
Solidão?
A serenidade não chega
De repente, alguém abre a porta
O apaziguamento tardio desponta
Enfim, a minha tranqüilidade.

PRESENTEIE UMA CRIANÇA COM SABER E SABOR

Este é o meu primeiro livro individual destinado às crianças. É uma coletânea de poesias bastante instigante por mais de um motivo: o tom verdadeiramente infantil, a graça, a pureza e o humor mantidos ao longo dos versos.

JACOBINA É BRASIL!!!!!!!!!!!!!!!!!

Esta é uma publicação da Academia Jacobinense de Letras: Letras Douradas III, um trabalho de conteúdo diversificado, que retrata parte da cultura da Chapada Norte. Entre vários textos que abordam sobre a temática pluralidade cultural, encontra-se Língua: riqueza de um povo, de minha autoria. Vale a pena conferir!!!!!!

CEM PALAVRAS:VIVEREMOS?

A vida dos seres está presa à força da palavra, que dependendo de seu sentido, pode reverter qualquer sentimento ou situação.
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O poeta busca conhecer-se e aprofundar-se. O professor na escolha dos vocábulos, busca contribuir na formação das pessoas. O artista pinta, suaviza o cotidiano com a tinta e, no fim, assina. A criança balbucia, soletra, fala, descobre o mundo... O político discursa, encurta, encomprida, promete. O homem sonha, calunia, escuta, vence, é vencido, chora, ri, grita!!! Palavras, palavras, palavras... Que estranha força a vossa!

Mas a verdade é esta: todo o sentido da vida principia na audácia, na timidez, na entonação, na vibração, no retratar da ficção ou da realidade, da beleza ou da escuridão da palavra. Mas por quê? Porque ela inquieta, enche , preenche, esvazia, desvenda, inunda. É finda e infinda.

O que seria do mundo sem elas? A comunicação existiria? Sim!? Não!? Talvez.... sobrevivêssemos. Mas o que é melhor: sobreviver ou viver com autenticidade, intensidade, dizendo e realizando o que se pensa, o que se deseja, o que se acredita? É preferível amar sussurrando: “eu te amo!” ou amar mudo, gélido, sem vez e sem voz?

Sem respostas. É como comparar homens a cães sem pêlo; rios a uma espada longa e torpe. É como definir a morte: o abrigo que aloja a vida cheia de lamúrias, tristezas, derrotas e sofrimento.

Então, não vale a pena construir e reconstruir sem as palavras; porque sem elas nada nos dizem, nada nos falam. Nada. Nada. Nada...

Pensando, assim, a palavra torna-se indispensável, insubstituível. É, contudo, ilusão supor que a passagem do mudo mundo para o viva mundo possa processar-se sem ruptura, vicissitudes. Carlos Drummond de Andrade, do alto de sua simplicidade e sapiência, de sua diáfana visão garante que lutar com as palavras é a luta mais inútil; todavia, lutamos assim que a manhã se rompe.

Nessa perspectiva, lutemos. Fora, dentro. Com alguém. Ou sem ninguém. Pulemos de nosso interior e abandonemos o medo e a dúvida em busca do recorte de imagens, metáforas, vocábulos, mistérios...

Tentar entender-se e comunicar-se. Esse é o refrão, pois é assim que gira a humanidade. Movimento esse que se faz da fantasia para a concretude através da semente viva da palavra.

(SOUSA, Denise Dias de Carvalho. Cem palavras: viveremos?. In: Palavras para o coração: antologia literária. Rio de Janeiro: Litteris Editora,2005 )

ROTAS CONSAGRADAS

Figuras luminares do mundo intelectual
Restauram a cada tempo, espaço, movimento
O compromisso histórico e social

A importância da AJL é inquestionável
Incita a leitura, a escrita, o saber e o sabor
Burila o ser
No seu mais profundo estado

Letras Douradas I, II, III
E muitas outras letras que virão
Para suscitar, desestabilizar, construir, reconstruir
Inventar um mundo, se preciso for...

A verdade é que seus escritores:
Alcira, Aluísio, Ana Lúcia, Carlos, Cledson, Dalva,
Denise, Doracy,Edmundo,Eliã, Julieta, Nilza
Estão sempre a instigar:
O histórico, o plural,
O verso, o anverso,
O denotativo, o literário,
A língua, o linguajar

Sempre a espreita do inspirar:
O povo, a rosa,
O tempo, o vento,
O espaço, a sacada,
O branco, a mulata,
O acarajé, o abará,
O adormecer, o acordar...

É assim que se faz memória
Formam-se homens
Edificam-se povos
Constroem-se nações

Ah! AJL, que valor sem prestação!
Vicissitudes ao sabor das letras
Se não podemos ser imorríveis
Que sejamos ao menos imortais!!!